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Quando buscar terapia?
Há momentos em que nos deparamos com questões que parecem insuperáveis. Por vezes, percebidas como um destino. Este é o momento em que a terapia pode fazer a diferença na busca pelo novo na trajetória da vida.
“Acreditar no mundo é o que mais nos falta; nós perdemos completamente o mundo, nos desapossaram dele. Acreditar no mundo significa principalmente suscitar acontecimentos, mesmo pequenos, que escapem ao controle… É ao nível de cada tentativa que se avalia a capacidade de resistência ou, ao contrário, a submissão a um controle. Necessitamos ao mesmo tempo de criação e povo.”
Gilles Deleuze
Ansiedade
O termo "ansiedade" pode ter várias definições nos dicionários não técnicos, tais como: angústia, perturbação do espírito causada pela incerteza, aflição, relação com qualquer contexto de perigo, etc.
A ansiedade é um estado de medo ou apreensão causado por uma preocupação excessiva com algo que não aconteceu e que não se sabe se irá acontecer. Ela é uma reação normal do organismo a situações geradoras de expectativas, deixando o sujeito em alerta para lidar com estas questões.
No entanto, a ansiedade se torna um problema quando aparece de maneira inesperada, sem motivo aparente, e de modo extremamente intenso impossibilitando a pessoa de realizar suas tarefas cotidianas. Deste modo, ela se torna desagradável quando impede que a pessoa se sinta bem consigo mesma e com os outros. Quando isto acontece, pode ser um distúrbio, ou melhor, um transtorno de ansiedade.
Os sintomas mais comuns são: preocupações, tensões ou medos exagerados (a pessoa não consegue relaxar); sensação contínua de que um desastre ou algo muito ruim vai acontecer; preocupações exageradas com saúde, dinheiro, família ou trabalho; medo extremo de algum objeto ou situação em particular; medo exagerado de ser humilhado publicamente; falta de controle sobre pensamentos, imagens ou atitudes, que se repetem independentemente da vontade; pavor depois de uma situação muito difícil.
Os sintomas corporais mais comuns são: irritabilidade, distúrbio do sono (insônia), transtorno alimentar (falta ou excesso de apetite), sudorese (suor excessivo), dificuldade de concentração, taquicardia, disfunção erétil (ejaculação precoce ou impotência), alteração na libido, desarranjo intestinal, entre outros.
As causas são as mais diversas relacionadas a distintas questões das pessoas acometidas por este problema. Pode-se dizer que há uma antecipação por parte da pessoa ansiosa quanto ao desfecho das questões que se apresentam em seu cotidiano. Há uma sensação de que algo ruim poderá acontecer, um pensamento de que algo não vai dar certo, ou a criação de grande expectativa positiva a respeito de um evento no futuro com consequente frustração caso esta expectativa não seja correspondida. Há ainda a sensação de não se sentir preparado para o futuro.
Na sociedade contemporânea não espaço para demonstração de fragilidade e as pessoas se sentem em eterno debito consigo mesmas. Sempre falta algo como um curso, um bem material, um trabalho a ser realizado, um sonho de consumo, etc.
Deste modo, para se sentir melhor ou por proteção, a pessoa acometida pela ansiedade pode se distanciar de situações que possam ser vistas como geradoras de ansiedade. No entanto, esta evitação pode gerar uma maior indisposição em lidar com novas situações no futuro. Faz parte da vida e da convivência o enfrentamento e desenvolvimento de habilidades sociais e relacionais e elas se dão a partir das mais básicas para as mais complexas criando um repertório para o sujeito que enfrenta estas situações na direção de uma maturidade psíquica.
O processo terapêutico tem por objetivo através de questionamentos e reflexões, trabalhar as questões colocadas anteriormente através da compreensão do lugar que esta problemática ocupa na vida do paciente num processo de autoconhecimento. E isto fala de suas conexões, o modo como se relaciona com as pessoas e consigo mesmo, como lida com suas frustrações, realizações, etc. Assim, o paciente poderá refletir sobre suas escolhas, aceitando seus limites e frustrações, construção de uma vida mais saudável antenado a seus próprio desejo e ao desejo do outro, ou seja, o desenvolvimento da alteridade.
Sendo assim podemos afirmar que a vida nos traz riscos, e também a possibilidade de realizar escolhas e lidar com as consequências destas escolhas.
Mário César da Silva
Psicólogo
CRP/SP - 06/92974
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Mestrado na Faculdade de Saúde Pública da USP.
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Formação em psicanálise pelo Clin-a e Escola Brasileira de Psicanálise.
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Especialização em esquizoanálise, clínica de indivíduos e grupos pela Fundação Gregorio Baremblitt.
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Graduado em Psicologia pela Universidade de São Paulo.
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Atuação em consultório particular
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Docência e supervisão clínico institucional na área de Saúde mental.
Políticas Identitárias
O doce e intenso jogo entre produção de identidades e produção de singularidades consiste na premissa de que as identidades ao se constituírem como instancias psíquicas definem a maneira de ver e se relacionar com o mundo.
Mas há produção de singularidade para além das estruturas do ego e das estruturas identitárias.
Em outras palavras, a identidade é aquilo que permite à singularidade passar de diferentes formas de existir por um só e mesmo campo de referência.
Por exemplo: ao vivermos nossa existência, o fazemos compartilhando um número gigante de informações características de uma dada cultura pertencentes a uma dada população.
Vivemos essas experiências compartilhadas como representações de um modo de vida. No entanto, o modo como recebemos e nos relacionamos com essas informações é singular a cada sujeito em sua experiência.
Deste modo, são necessários processos de criação para a vida de cada um, pois por exemplo, um músico ao compor uma canção está imerso nessas informações compartilhadas, mas é a partir do seu encontro singular com esses códigos que se produz a obra de arte.
Depressão
Depressão é o nome contemporâneo para o sofrimentos advindo da perda do lugar dos sujeitos junto à uma imagem que construída em relação ao Outro. O sofrimento decorrente de tais perdas de lugar, no âmbito da vida pública (ou, pelo menos, coletiva), atinge todas as certezas imaginárias que sustentam o sentimento de ser. No cenário de hoje, impera o consumo como verdadeiro organizador do laço social e como doador de sentido para a vida e a depressão, como sintoma social, resiste à “fé na felicidade consumista” e não corresponde aos ideais atuais de bem-estar.
Relacionamentos
Os relacionamentos amorosos têm o poder de trazer à tona nossos medos, as ditas “neuroses” e podem revelar o que há de melhor e pior em nós. Em um tempo no qual a imagem e o imaginário se confundem, nossos desejos e necessidades, ou seja, aquilo que nos constitui, é projetado e idealizado no outro, e isso muitas vezes gera expectativas que podem não estar conectadas com a realidade.
Mas amar na imanência do real do outro é o que nos possibilita construir intimidade e desenvolver relacionamentos de longa duração. Ainda precisamos vencer as barreiras da intimidade e lidar com as diferenças do outro quando percebemos qualidades e defeitos reais.
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